Desde a chegada de 2007 eu espero com tamanha ansiedade o mês de julho. Foi pra este mês que eu e Eraldo planejamos a concepção do nosso bebê, o que especialmente pra mim, seria um motivo de uma alegria indescritível.

O mês de julho chegou depois de um período de exaustivo corre-corre, banda, músicos, dançarinos, mudança de casa... Isso excluindo é claro, as atividades normais exercida ao longo do ano. No início achei que estava tudo correndo normalmente, achei que julho seria O MÊS do ano, aquele que faria valer a pena o esforço e as renúncias do mês anterior.

Caramba!! Julho chegou como uma bomba, um fardo difícil de ser carregado. As despesas em nenhum outro momento foram tão grandes, os prefeitos nunca foram tão inatingíveis, se consegue falar com poucos deles, por sorte os contratos continuam, meu nervosismo nunca foi tão grande, meu estômago nunca doeu con tanta frequência...

Estou meio triste, ou como diria meu padrinho “meio down”, queria poder amenizar os problemas das pessoas que eu gosto, só assim eu aliviaria também a minha tensão. Vamos aos fatos que me deixaram tão abalada:

· Meu irmão mais velho, Pablo, e sua esposa, Fabrícia separaram-se! Pra mim casamento é uma coisa tão sagrada, tão linda, tão de Deus!! As pessoas precisavam ter plena consciência da decisão que estão tomando, e ter filho então, só depois de fortalecer o relacionamento, mas isso é muito legal na teoria e aparentemente nem um pouco prático na vida real, a verdade é que a gente só percebe a praticidade de um planejamento familiar depois que as coisas estão andando feito caranguejo e não há mais nada a ser feito para salvar a relação e quem sofre de verdade ainda que inconscientemente são os filhos. Fiquei visivelmente afetada com essa separação;

· Minha mãe continua na batalha dela pra terminar a faculdade, só falta um período e que deve começar agora em julho, mas ela ainda não se matriculou porque vinha parcelando os períodos anteriores e agora que é o último período, eles não querem parcelar o que passou. Eraldo pagou um período e meio pra ela, mas infelizmente, e muito infelizmente neste período a gente não vai ter como fazer nada porque precisamos estabilizar as coisas aqui em casa também. Essa faculdade é o que mantém minha mãe viva principalmente depois de diagnosticada a leucemia. Já entreguei isso nas mãos de Deus e espero que seja feita a Sua vontade;

· Minha tia Rosete sofreu um grande choque agora nos últimos meses, ela, que saiu bem nova de Manaus pra casar com o Jaime (a quem me recuso a voltar a chamar de tio!), uma moça nova e muito bonita saía da capital pra morar em um pequeno povoado chamado Céu do Mapiá, perto de Boca do Acre (AM), mas já no Acre. Viveu lá toda a sua juventude e por lá mesmo ganhou sua maturidade, teve dois filhos, dois netos e entregou-se tão inteiramente à vida interiorana que tornou-se uma mulher que não passa despercebida entre as pessoas, mas hoje não pela sua beleza, mas pela sua simplicidade no falar, no caminhar e no vestir. Enquanto isso, Jaime que é tesoureiro de alguma coisa importante por lá e também empresário, reveza-se entre o Céu do Mapiá, Rio Branco, Boca do Acre, Manaus, São Paulo... Quase sempre viajando. O que há de errado nisso?? Minha tia recebe a notícia de que uma meretriz está grávida da pessoa a quem ela verdadeiramente dedicou toda a sua vida;

· Há tempos não tenho notícias do meu pai, estou com muita saudade e doida pra saber notícias dele, quero saber o que há de novo e me preocupa a falta de notícias do meu paizinho que é diabético e nunca se importou em fazer nenhum tipo de tratamento;

· Bem, eu tenho pensado muito e estou chegando à conclusão de que não é tempo de querer trazer nosso bebê ao mundo. Nossa vida tende a ficar muito mais corrida. É que Eraldo está com projetos novos, quer sair da Rádio Líder, fazer mais shows, assessorar mais prefeituras, gravar pra outras rádios, mudar de cidade (um desejo que também é meu)... Enfim, no meio a tanta mudança é impossível prever como serão os próximos meses, pode ser que renda bons frutos, pode ser que não seja tão bom e tenhamos que traçar novos rumos, então, não considero certo engravidar em meio a tanto imprevisto! Quando as coisas normalizarem e voltarem a ser estáveis, a gente volta a planejar tudo de novo, mas isso é algo que o Eraldo precisa concordar...

“Enquanto isso, no lustre do castelo...”

É impossível não perceber o quanto escrever me faz bem, ainda que por alguns instantes! Eu tenho tido muita dificuldade de falar, de me expressar, faço rodeios que parecem não ter fim, definitivamente eu consigo ser mais direta quando escrevo. Mesmo que ninguém leia, é um satisfatório ver que ainda consigo expressar meus sentimentos!

Que o amanhã seja sempre melhor que o ontem! Não só pra mim, mas a todas as pessoas que almejam dias melhores, e que sopre um forte vento pra afastar essa nuvem escura dos meus pensamentos!

Aconteceu nesta semana

Estive segunda-feira na Coelba (companhia de energia) e fiquei meio aborrecida com a demora no atendimento. Quando enfim chegou minha vez e o senhor que me atendia demorava a entender o que eu queria e demorava a fazer os procedimentos eu imediatamente pensei: “Porque será que contratam pessoas assim? Tem tanta gente eficiente procurando trabalho e não consegue!”. Quanto ele pediu o e-mail da empresa para contato, eu falei e ele digitou: midia_total@rotimeio.com e perguntou: “Tá certo, senhora?”. Me constrangi e com vergonha de corrigi-lo disse: “Não! É que “hotmail” não é em português!”. Ele apagou e pediu que eu soletrasse. Assim o fiz. Quando vi a satisfação no rosto daquele senhor ao ver o que tinha digitado e me ouvir dizer que estava certo eu fiquei mais constrangida ainda. Como eu pude ser tão fria e desejar que estivesse em seu lugar uma pessoa mais eficiente e que realizasse o atendimento de maneira mais rápida? E se fosse ali a minha mãe que por vezes me deixou impaciente enquanto eu a ensinava a usar a internet? O que se faz com a pré-disposição dos menos novos a aprender? Quantas pessoas será que dependem da renda dele?

Fico envergonhada só de lembrar que por minutos eu pensei com a frieza na qual o mundo está imerso..

Agora, uma coisa é certa: a empresa é que deveria investir nos seus profissionais e qualificá-los oferecendo cursos de capacitação. Só peço a Deus que conserve aquele senhor tempo suficiente ao menos pra ele receber uma aposentadoria, que nem é grande coisa neste país de brasileiros, que não desistem nunca!

haha... Quanta irônia!